O boletim epidemiológico dos vírus respiratórios referente às seis primeiras semanas de 2025 em Pernambuco traz o balanço de casos de síndrome respiratória aguda grave (Srag) do período. De acordo com o levantamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), em 2025, já foram feitas 272 notificações de Srag até o dia 8 de fevereiro. O número representa um aumento de 52%, em comparação com os 15 dias anteriores.
Desse total de pacientes que evoluíram para a forma respiratória grave (Srag), 15 pessoas foram à óbito. Entre eles, 12 tiveram confirmação para covid-19, segundo a SES-PE. Os demais estão como Srag não especificado (ou seja, sem identificação do agente etiológico).
Os números mostram que, de todas as mortes por Srag, 80% estão associadas à infecção pelo coronavírus.
A SES-PE informou a data da última vacina tomada por cada paciente. Mas a pasta só se referiu à “esquema vacinal básico completo”, que representa, “no mínimo, a duas doses de vacina contra a covid que a pessoa tomou, desde o início da campanha”.
“Evidências científicas mostram que idosos devem receber uma aplicação contra a doença a cada seis meses, independentemente da quantidade de doses tomadas previamente. O mesmo vale para pessoas imunocomprometidas. Já quem tem alguma comorbidade toma uma dose por ano, e isso independe também de quantas doses tomou antes”, orienta o médico Eduardo Jorge da Fonseca Lima, conselheiro efetivo do Conselho Federal de Medicina.
Ele destaca que, no Brasil, já circula a variante JN.1, mas o País ainda não tem a versão atualizada do imunizante.
O Ministério da Saúde utiliza a vacina XBB – que, por ser também uma subvariante da Ômicron, oferece proteção cruzada para JN.1. A expectativa é que a dose atualizada chegue ao País para se ampliar a resposta imune.
Nos Estados Unidos, o aumento no número de casos causados por JN.1 corresponde a um crescimento geral nos casos de Covid-19.
Doses da JN.1 precisam chegar ao Brasil para fazer parte da campanha de imunização como reforços para os grupos prioritários, além do esquema primário de vacinação para bebês e aqueles que nunca tomaram sequer uma dose de vacina contra covid-19.
A dose utilizada na campanha de vacinação brasileira é direcionada para a XBB. “Por quatro ou cinco meses, ela oferece 60% de proteção contra formas graves da covid-19 causadas pela variante JN.1. Por isso, é tão importante os grupos de idosos e imunocomprometidos se protegerem a cada seis meses”, ressalta Eduardo Jorge.