header ads

70 anos da Igreja Batista: "Apedrejou a perna da minha mãe que ficou roxa"


 No dia 21 de fevereiro de 1954 foi oficializada a fundação da Congregação Batista de Chã Grande sob a liderança do pastor Rosalino da Costa Lima. Mas foi somente no dia 06 de março daquele mesmo ano, que seria fundada com a presença de sete irmãos, a 1ª Igreja Batista de Chã Grande. A perseguição estava apenas começando, pois aos olhos dos líderes romanos, a chegada do protestantismo era uma ameaça que já dava sinais de crescimento na pequena vila.

A irmã Maria Lins (foto) uma das pioneiras oculares do trabalho batista em Chã Grande e filha de Antonio Lins, chegou a dar um depoimento comovente sobre esse período de conversão de seu pai, e destacou o alto nível de crueldade que o principal líder católico na época, demonstrou com sua família pelo fato dele ter aceitado a fé protestante, onde até sua mãe chegou a ser apedrejada por fanáticos que não aceitavam o surgimento dos primeiros crentes:

“Meu pai tinha um senhor que trabalhava ali com ele, seu Manoel, que precisou de ir buscar  a polícia em Gravatá pra poder abrir as portas da congregação e o trabalho ser feito. E a polícia vinha e abria as portas e ficavam aquelas poucas pessoas começando o evangelho, um lindo trabalho e assim nós continuamos. E a perseguição era muito grande, eles apedrejavam os evangélicos. Apedrejou a perna da minha mãe que ficou roxa, eles desciam como ramos de flores, de matos com espinhos, pra bater nos evangélicos, e o padre pedia até mesmo ao Frei Damião, que também vinha pra fazer ‘missões’ por aqui e perseguir muito os evangélicos. Mas Deus pôs a mão sobre à Sua casa e a Igreja foi crescendo, e aí vinham muitos irmão de Gravatá, e a congregação foi  crescendo”.

Mas, toda essa perseguição serviu de combustível para os irmãos perseverarem na fé viva no Senhor e Salvador Jesus Cristo! Dessa forma, no fim da década de sessenta, a 1ª Igreja Batista de Chã Grande que já vinha realizando seus cultos em um salão alugado na Rua Justino Gomes da Silva, no atual prédio da papelaria de Joel Alves, passou a iniciar a construção do seu primeiro templo na Rua São José, nº 111, na área central já na cidade de Chã Grande. 

Com o passar dos anos, os novos líderes romanos foram entendendo a força e a influência do protestantismo no local passando a ensinar seus seguidores a respeitar a fé cristã protestante, como aconteceu no período em que o Monsenhor João Inácio esteve à frente da Igreja Católica na cidade, como concluiu a irmã Maria Lins o seu depoimento na época: 

“Hoje Chã Grande está uma maravilha, pois a perseguição era muito grande. Padre João quando chegou aqui também nos perseguiu muito, mas cheguei a trabalhar com ele, como diretor da escola. Ali ele já estava muito quebrantado, já conversava muito comigo, e nunca desfez do evangelho, nunca discutiu comigo a respeito da minha fé, a respeito dos evangélicos. E hoje a gente vê Chã Grande uma maravilha. Onde olhamos temos uma igreja, se bem que nós sabemos que lá no céu, diante de Deus, não há títulos de igreja, mas aqueles que forem fieis a Deus”.

Atualmente a 1ª Igreja Batista de Chã Grande tem na sua direção o pastor Joelson Rocha e conta um grande templo no mesmo endereço de sua primeira construção, responsável também pela fundação de uma escola particular, o Educandário Batista criado em 2005 na gestão do pastor Marcos Ushôa (em memória) ao lado do templo que leva conhecimento secular e valores bíblicos a centenas de crianças, adolescentes e jovens, em sua grande maioria filhos de não evangélicos. 

Texto extraído do livro 'História da Assembleia de Deus em Chã Grande, do autor Márcio Santos.

Postagem Anterior Próxima Postagem

PUBLICIDADE

header ads

PUBLICIDADE

header ads
header ads