Em um segundo exercício, especulou-se o cenário em que Marília Arraes não seria candidata. Mantém-se um empate técnico, mais uma vez com Paulo Câmara em primeiro lugar e, neste quadro, com 23% (veja gráficos ao lado). O candidato do PTB aparece em segundo com 19%. Os demais três incluídos permanecem nas posições do outro cenário.
Sobre a migração de votos de Marília: ao suprimir o nome dela na simulação de primeiro turno, metade dos seus eleitores não migra para ninguém, enquanto a outra metade se divide entre Armando Monteiro e Paulo Câmara, com preferência pelo senador. Dos que disseram que votariam nela, 49% responderam que anulariam seu voto, votariam em branco ou não votariam em ninguém. Armando Monteiro beneficia-se com a migração de 20% dos votos dela e Paulo Câmara com 13%.
Na simulação espontânea, em que o respondente não tem acesso aos nomes dos pré-candidatos, todos os três candidatos aparecem com muito menos menção: Paulo Câmara com 12%, Marília Arraes com 8% e Armando Monteiro com 4%. Na sequência, Júlio Lóssio foi lembrado por 2%, Coronel Meira por 1%, Danielle Portela por 1%.
Em cenários de segundo turno, exercitando as possibilidades entre os três principais pré-candidatos, Marília venceria Armando por 29% a 20%, portanto fora da margem de erro - que é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. Marília venceria Paulo com 28% contra 27%, o que constitui um empate técnico. Paulo venceria Armando com 28% contra 24%, novamente configurando empate técnico.
SEGUNDO TURNO
Em eventual segundo turno entre o governador e Armando, a migração do voto de primeiro turno de Marília é maior para o pré-candidato do PTB do que para o pré-candidato do PSB. Em cenário entre Marília e Paulo, o eleitor de Armando beneficia mais Marília do que Paulo: 44% preferem Marília, enquanto 24% preferem Paulo. Na hipótese de sair Paulo, seus votos se distribuem mais em favor de Marília: 31% migrariam para a candidata do PT e 19% para Armando. A frequência de eleitores de Marília que, diante de um cenário de segundo turno sem ela, disseram que não votariam em ninguém, chama a atenção. São 53% de eleitores que de alguma forma não votariam em nenhum dos dois candidatos.
“Estes não são resultados óbvios. Eles mostram que o eleitorado está mergulhado em motivações ideológicas e de insatisfação com a gestão que precisarão ser desvendadas por qualquer um que pretenda fazer prognósticos eleitorais este ano”, diz a sóciadiretora da Datamétrica, Analice Amazonas.
Apesar dos cenários de empate técnico que se repetem ao longo da pesquisa, o pernambucano tem a expectativa de que Paulo será reeleito governador. 26% assim afirmaram, enquanto 12% apostam em Marília e outros 11% em Armando. Chama a atenção o fato de que 47% dos entrevistados preferem não fazer prognósticos.
Dentre os três nomes mais fortes na disputa, o governador hoje é o mais conhecido: 49% consideram conhecê-lo bem, e outros 44% o conhecem de ouvir falar. Natural para um governador em seu quarto ano de mandato.
Armando Monteiro e Marília Arraes têm graus de conhecimento semelhantes, mas com o senador ligeiramente mais conhecido: 23% consideram conhecê-lo bem e 54% de ouvir falar. No caso de Marília, 20% dizem conhecê-la bem e outros 51% de ouvir falar. Marília, dos três, é a única novata em disputas majoritárias e recente na política. Portanto, a que tem mais potencial de crescimento derivado do aumento de conhecimento que ocorrerá na campanha.
Diário de Pernambuco