O PT ingressou na quinta-feira com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com pedido de liminar, para garantir a presença de um representante do partido na série de entrevistas com os pré-candidatos a presidente que vem sendo feita por SBT, UOL e pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
O problema do anúncio imediato de um pré-candidato a vice é que o partido estaria jogando a toalha na busca de alianças e oficializando o isolamento da candidatura de Lula. O nome mais cotado para o posto é o do ex-chanceler Celso Amorim. Uma outra opção seria indicar o ex-ministro Jaques Wagner ou o ex-prefeito Fernando Haddad, os dois cotados até agora como plano B para a disputa presidencial.
Comandados por Gleisi, dirigentes da legenda têm interditado qualquer debate sobre uma alternativa a Lula. A ideia é inscrever o ex-presidente como candidato em 15 de agosto mesmo que ele continue preso até lá. Se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar a sua impugnação com base na Lei da Ficha Limpa, já que o petista foi condenado em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá, o partido indicaria um substituto.
GLEISI, A ANTICANDIDATA
Internamente, uma ala, encabeçada por correntes minoritárias, defende que, com a impugnação de Lula, o partido opte por uma anticandidatura. Nesse caso, o líder da chapa teria a função de denunciar a “perseguição” a Lula e passar recados do ex-presidente aos eleitores. Caso vingue essa ideia ainda embrionária, o posto seria ocupado por Gleisi, apesar das críticas que tem enfrentado. Lula enviou anteontem da prisão uma carta de apoio a Gleisi na qual reafirmou a sua intenção de concorrer.
Para um grupo de lideranças petistas, porém, tanto o caminho da anticandidatura como de um eventual boicote à eleição é suicida e abriria caminho para a vitória de um candidato de centro-direita. Os riscos de isolamento do PT se acentuaram com a possibilidade de adesão do PSB à pré-candidatura de Ciro, depois que o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa desistiu
Sérgio Roxo, O Glogo