A entidade entregou um documento com a comparação de preços de alimentos comprados à WJR pela prefeitura à delegada Patrícia Domingos, que vai repassar as informações para o delegado Isaías Novaes, coordenador da Operação Comunheiro II. A operação indiciou empresários que faziam acordos entre si para fraudar licitações. O auditor do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Walter Lins afirmou, na última segunda-feira, que “não se verificou nenhum contrato lícito” realizado pelas empresas citadas na Comunheiro II, entre elas, a WJR.
O sindicato também entregou a denúncia ao Ministério Público de Gravatá. Segundo o presidente da instituição, Marcelo Brito, dos 141 itens adquiridos pela prefeitura, 18 estão superfaturados, especialmente pão, café e chambaril. A carne oferecida pelo contrato, por exemplo, ficou no valor de R$ 27 o quilo, totalizando um valor de R$ 2,6 mil por 97 peças. Na pesquisa feita pelos servidores, a mesma carne foi encontrada em Gravatá no valor de R$ 9,99 o quilo.
Marcelo Brito afirmou também que servidores têm feito queixas anônimas de que as crianças das escolas não estão recebendo a alimentação programada pelo contrato assinado em 22 de fevereiro, com previsão de término em 23 de maio, no valor de R$ 558,5 mil. Há itens sofisticados descritos na documentação, como azeitona sem caroço, azeite de oliva extravirgem, granola 100% natural, leite condensado Nestlé, macarrão para lasanha, filé de bacalhau, chambaril, presunto de peru, entre outros.
O prefeito Joaquim Neto (PSDB) disse que o mais interessado em esclarecer os fatos será ele e vai conversar com a equipe responsável pelo contrato emergencial, uma vez que já há uma licitação sendo preparada para a merenda escolar. O gestor garantiu, contudo, que as crianças estão recebendo toda a alimentação descrita no contrato.
DP