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O filhotismo ganha as urnas em Vitória de Santo Antão


Conforme análise feita recentemente por este Blog (AQUI), o jovem advogado Joaquim Lira foi eleito deputado estadual como o mais votado do PSD de Pernambuco com 67.584 votos, destes 27.711 foram em Vitória de Santo Antão, onde o seu pai, Elias Lira, é o atual prefeito.

Os asseclas da Prefeitura de Vitória apostavam que Joaquim teria cerca de 40 mil votos em Vitória, dado o uso descarado da máquina pública, cooptação das principais forças políticas na cidade e de ter conseguido enquadrar quase a totalidade da Câmara Municipal. Contudo, o filho de Elias Lira conseguiu ter o dobro dos votos dos dois deputados da terra, colocando grande parte do mundo político local no ‘bolso’ e sinalizando que não será fácil lhe tomar a Prefeitura nas eleições de 2016. Segundo mais votado para deputado estadual em Vitória, Aglaílson Júnior (PSB) conseguiu renovar seu mandato com 44.781 votos em todo o Estado, obtendo na cidade precisamente 12.520 votos. Por sua vez, Henrique Queiroz (PR) segue para o seu 10º mandato obtendo 50.882 votos, destes 7.099 em Vitória.

Os três são a atual essência da oligarquia familiar presente há quase um século em Vitória de Santo Antão. A disputa eleitoral na cidade segue de pai para filho e a novidade é que Joaquim Lira representa a prática do FILHOTISMO. Joaquim será um deputado que já nasce velho, tanto nas ideias, nas práticas e performance do pragmático poder. Nasce, portanto, em Vitória, a nova cara do Filhotismo político.

Filhotismo, para quem não sabe, é o fenômeno presente na política nacional em que os pais e maridos transferem para os parentes, especialmente esposa e filhos, suas bases eleitorais, como se o mandato fosse hereditário. Isto acontece, notadamente, pela falta de empenho dos partidos e dos movimentos sociais na formação de novos quadros dirigentes. A sucessão entre parentes não parece a mais adequada, até porque a pessoa é candidata pelo laço de parentesco e não pelas propostas ou programa que defende. Ao contrário do que se imagina, essa não é uma característica exclusiva de regiões menos desenvolvidas nem de determinados partidos políticos. Alcança a quase totalidade dos partidos e todas as regiões.

O chamado filhotismo é prática política antiga. Fundado nas reminiscências do coronelismo clássico, trata-se do esforço dos caciques, raposas e coronéis do nosso tempo em perpetuar seu poder político por meio dos seus filhos, netos, sobrinhos e apadrinhados de toda natureza. Por isso que Joaquim Lira já nasce velho na política.

Ele se valeu – sempre – do palatável discurso da mudança, artifício retórico multiuso, particularmente atrativo aos que não almejam mudar nada. Forçam a barra ao relacioná-lo diretamente à idade e à juventude das suas crias, sempre partindo da premissa de que juventude é sinônimo de renovação – uma premissa escandalosamente falaciosa, é bom que se diga, temperada por um marketing político que certamente conseguirá alçá-los nestas eleições ao topo dos candidatos mais votados, como foi o seu caso em Vitória de Santo Antão.

Diante deste contexto político eleitoral, o prefeito Elias Lira partirá para a segunda etapa do seu maquiavélico plano. Eleger alguém para o seu lugar em 2016, para assim, nas eleições de 2020 colocar Joaquim Lira como prefeito, já que por força da Lei não poderá fazê-lo na próxima eleição.

Para que este plano dê certo, os Liras escolherão alguém de extrema confiança que assegure facilitar a entrada de Joaquim em 2020. Só há dois nomes na atual Prefeitura de Vitória que detém a confiança extrema de Elias Lira: os Secretários Ozias Valentim e José Barbosa. Certamente, um destes dois será o escolhido por Elias Lira para ser o seu sucessor. Ambos, são ‘unha e carne’ do prefeito e se submetem a ajudar neste plano. Pelo que se percebe, Elias Lira não confiará a outro esta tarefa. O tempo dirá e os vivos verão.

A Voz da Vitória
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